ovni na Austrália
Um dos personagens do caso Roswell, Jesse Marcel Júnior, filho do
coronel que achou os destroços de um suposto acidente com uma nave de
ETs, veio a Brasília para dar seu testemunho. Na madrugada do incidente,
seu pai teria mostrado a ele e a sua mãe partes do possível disco
voador. Hoje, aos 61 anos, o médico Jesse Marcel não acredita em seres
extraterrestres. "Preciso ver para crer", diz.
O carioca Elias
Seixas, 54 anos, contou que em 1980 foi sequestrado por ETs perto da
cidade goiana de Conceição do Araguaia. Dentro do disco voador, os
extraterrestres tiraram sêmen e sangue de Elias. Ao voltar para a Terra,
não se lembrava de nada. Uma sessão de hipnose o fez lembrar de tudo.
"Colocaram um capacete na minha cabeça por onde eu via cenas eróticas.
No pênis, havia um aparelho cilíndrico que provocava ereção", lembra.
Geraldo Bichara é pioneiro em experiências com ETs na região de Varginha
(MG). Em 1962, teria sido abduzido por extraterrestres."Da parede da
nave saiu um instrumento como tetas de vaca e pressionou minha cabeça.
Perdi a consciência", delira Bichara.
Uma vez eu estava andando pela rua, bem de boa, indo para casa depois de
uma festa, era umas 01:15 AM, ai apareceram uns aliens duma nave, ai
tentaram me abdusir, ai eu não deixei, quebrei eles, matei os outros com
uma arma a Laser que eu tinha no bolso, ai entrei na nave deles,
encontrei resistência e dei um jeito neles, ai eu pilotei a nave ate
Marte e destruí os outros aliens . Ai eu acordei.
Estava dentro do meu carro vindo de um dia exaustivo de trabalho quando
alguns aliens em uma nave espacial me perguntaram um caminho para algum
lugar dai acontecem varias coisas inusitadas .
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Os mistérios do Titanic Primeiro Mistério
Primeiro Mistério – O maior navio que a humanidade já construiu um iceberg no meio do Oceano Atlântico, três mil pessoas a bordo, poucos barcos de resgate, naufraga na viagem inaugural. Todos esses detalhes e acontecimentos parecem contar a história de Titanic, mas na verdade eles contam os acontecimentos que envolvem “Titán”, um navio fictício que é parte de um livro chamado “Futilidade”, lançado quatorze anos antes do Titanic real ter ido ao mar.
A história de Titán, o navio inventado, é tão semelhante ao Titanic que o livro mais parece uma premonição do que um romance, afinal os detalhes iguais entre a história e os navios é incrivelmente semelhante, até mesmo o tamanho deles é igual, o ponto onde afundaram no oceano e o número de pessoas que estavam abordo.
Segundo Mistério – No momento em que o Titanic batia no iceberg em meio ao oceano, uma família na Inglaterra assistia um documentário sobre o navio feito pela BBC. Até aí tudo bem, mas na hora que a embarcação se chocou, uma pedra de gelo enorme caiu do céu, destruindo o teto da casa dos Melkis.
Terceiro Mistério - W. T. Stead, um jornalista, escreveu um conto no qual ele dizia que o Titanic iria afundar. Mas o curioso é que essa história foi escrita 20 anos antes da tragédia e para sua infelicidade Stead estava abordo do naufrago.
Quarto Mistério - William Reeves era um marinheiro, que estava a bordo de um navio chamado Titanian em 1935, enquanto ele fazia uma viagem para o Canada. No meio da noite, William sentiu uma sensação de medo tão grande, que simplesmente tocou o alarme do navio, que conseguiu se desviar de um iceberg por muito pouco. Contudo, mal sabia Reeves que o lugar onde ele tocou o alarme foi o mesmo onde o Titanic havia afundado anos antes. Assim o marinheiro que nasceu no mesmo dia em que o Titanic afundou, conseguiu salvar o Titanian do mesmo destino que o navio naufragado.
Quinto Mistério – Na época de sua construção o Titanic era o maior navio de passageiros do mundo, sendo ele um grande marco na engenharia naval. Por esse motivo o barco era muito valioso, o que fez com que um repórter perguntasse ao construtor do Titanic: “O que o senhor tem a dizer para a imprensa concernente a segurança o seu navio?”. Em tom irônico o construtor falou:"Nem Deus poderá afundar meu navio.”.
Dias depois o todo poderoso Titanic afundou em alto mar após bater em um iceberg…
A Casa dos Mortos
Episódio da série INSTINTO PARANORMAL onde uma família se assusta com
eventos estranhos na sua casa recém-comprada em Nova Orleans. Enquanto
trabalham na reforma, eles se defrontam com actividades paranormais
inexplicáveis.
ETs e trapaças: tudo sobre a Área 51
Mistério e teorias
conspiratórias. A Área 51 é assunto recorrente quando o tema em questão é
a visita de extraterrestres ao planeta Terra ou mesmo as tecnologias de
ponta ultrassecretas desenvolvidas pelo governo norte-americano. Apesar
das muitas teorias existentes, até hoje pouquíssima coisa foi
comprovada.
Além disso, lendas
urbanas, montagens e textos nada isentos ajudaram a formar a opinião, na
maioria das vezes errada, de muitas pessoas sobre o assunto. Mas
afinal, o que existe de falso e verdadeiro por trás dos mistérios
ocultos na temida base militar secreta dos Estados Unidos?
Área 51: mito ou verdade?
Localizada no deserto de
Nevada, a base militar norte-americana popularmente conhecida como Área
51 “não existia” oficialmente até 1994. Porém, é sabido que ela começou
a ser construída na década de 50, sendo utilizada com grande frequência
entre os anos 60 e 80. Somente na década de 90 o governo dos EUA
admitiu a existência do local.
Portanto, a base militar
de fato existe e é um local utilizado pelo governo para colocar em
prática os seus projetos mais secretos. Entretanto, as grandes dúvidas
que permanecem é quais são esses projetos, qual é a infraestrutura do
local e se há alguma ligação com naves especiais alienígenas ou seres
extraterrestres. E é justamente aí que começam as especulações.
Por dentro da base militar
Algumas informações
cruzadas reveladas por ex-funcionários do local dão indícios de como
funciona a base militar secreta do governo. O local abrigaria um
complexo subterrâneo, totalmente blindado contra ataques externos e
sinais de frequência.
O sistema informatizado é
composto por computadores de última geração e com um sistema
operacional próprio, evitando que desconhecidos tentem invadir a rede da
base. O complexo abriga uma série de veículos militares, além de
grandes hangares e área de projetos onde são desenvolvidas e testadas
novas aeronaves.
Projetos secretos
No final da década de
80, o físico Bob Lazar, funcionário da base, fez revelações polêmicas
sobre a Área 51, sobre as quais muitas das teorias propagadas se apoiam
nos dias de hoje. Ele descreveu em detalhes a infraestrutura do local,
antes mesmo de o governo norte-americano confirmar a sua existência.
Cerca de dez anos
depois, imagens de satélite comprovaram que as descrições de Lazar
estavam corretas. Posicionamento de hangares, pistas de pouso e o relato
de que a base militar de fato existia serviram para alimentar outra
parte das afirmações do físico, que até hoje aguardam por confirmação.
Bob afirmou que um dos
trabalhos que fazia no local era uma espécie de engenharia reversa
aplicada a naves espaciais alienígenas. Traduzindo: Lazar relatou que um
dos projetos secretos do local consistia em desmontar naves
desconhecidas, capturadas pelos militares norte-americanos, para
entender a lógica de funcionamento de sua tecnologia, tentando fazê-las
funcionar novamente.
“As naves que examinei
não possuíam juntas aparentes, solda, parafusos ou rebites”, declarou em
entrevista a um programa de televisão de Los Angeles. As coincidências
quanto à parte externa do local fizeram com que muitos acreditassem
serem verdadeiras as explicações quanto ao trabalho feito no local.
Verdade ou mentira, o fato é que nenhuma das hipóteses foi confirmada
até hoje.
Seres extraterrestres e discos voadores
Quando falamos sobre a
Área 51, é comum encontramos relatos de pessoas que afirmam ter
avistados objetos voadores não identificados. Isso, de fato, pode ter
acontecido, mas as aeronaves avistadas pelos observadores podem não ser
extraterrestres, mas sim aviões projetados pelos próprios militares em
testes no local.
Um dos casos que ilustra
perfeitamente essa possibilidade é o do caça F-117 Nighthawk. Trata-se
de um avião desenvolvido para não ser percebido por radares. Segundo
informações extraoficiais, ele teria sido fabricado na base militar de
Nevada e voado durante dez anos em fase de testes. Ou seja, é possível
que muitas das pessoas que afirmaram ter visto OVNIs tenham, na verdade,
avistado caças e aviões secretos desconhecidos, mas que nem por isso
tenham vindo de outros planetas.
Outro fato que foi
relacionado durante pelo menos uma década com a Área 51 é o conhecido
“Caso Roosevelt”, um vídeo em que é mostrada a suposta autópsia de um
ser extraterrestre. O vídeo teria sido descoberto por Ray Santilli e, na
época, muitos afirmavam que os corpos dos alienígenas, bem como os
relatórios da análise, estavam armazenados na base militar.
Dez anos depois, o
próprio Santilli admitiu que tudo não havia passado de uma farsa e que
os extraterrestres eram, na verdade, simples bonecos. Para os órgãos
internos, o cineasta utilizou vísceras de carneiro, dando um ar de
realismo às filmagens.
Uma realidade bem diferente
Apesar de todas as
lendas que rondam a base militar de Nevada, há quem diga que a Área 51
não passa de um lugar comum. T. D. Barnes, engenheiro que trabalhou no
local durante a Guerra Fria, faz questão de afirmar que a base foi o
lugar mais chato onde ele trabalhou.
“Por 30 anos ninguém
soube da existência da base e nem os nossos familiares sabiam o que
fazíamos por lá, mas não há ligação alguma com OVNIs e extraterrestres”,
explica. “Todos os mitos em torno do lugar se devem ao fato de ninguém
de fora saber absolutamente nada sobre a Área”, completa.
Em tempos de
conspirações, Illuminatis e sociedades secretas, a Área 51 perdeu um
pouco do seu encanto, mas nem por isso deixou de ser associada
constantemente a teorias de dominação mundial. Contudo, apesar de isso
funcionar muito bem na literatura ou mesmo no cinema, ao que parece a
realidade do lugar é bem menos espetacular do que se pode imaginar.
Barulhos estranhos no céu do mundo todo
Sons muito peculiares e
de procedência desconhecida estão sendo ouvidos em várias partes do
mundo nos últimos dias. Vídeos hospedados no YouTube mostram diversas
versões desse som (inclusive aqui no Brasil) e que, se forem reais, são
mesmo assustadores.
Uma das primeiras
ocorrência desses sons ocorreu na Ucrânia, em meados de 2011. Durante a
tarde, um barulho muito estranho poderia ser ouvido de diversos pontos
de Kiev, sem ninguém saber confirmar qual a procedência. Outras
demonstrações do fenômeno podem ser ouvidas em vídeos gravados
na Bielorrússia, nos Estados Unidos, na Malásia, Dinamarca, entre
outros.
Os sons normalmente são
metálicos e trazem a sensação de serem provenientes de alguma grande
máquina. Testemunhas afirmam que o som é tão alto que inclusive as
janelas passam a vibrar com a frequência das ondas sonoras.
Grandes indústrias e
trânsito? Experimentos militares como o famoso HAARP? Prenúncios de 2012
ou de uma grande invasão alienígena? Um viral para o filme “Cloverfield
2” ou simplesmente uma grande farsa? Muito está sendo discutido a
respeito, mas ninguém chegou a uma conclusão definitiva ainda.
Caso queira saber mais, a
página StrangeSoundinTheSky.com traz uma grande coletânea de tudo o que
já foi encontrado a respeito do estranho fenômeno.
Os mistérios mais alucinantes de todos os tempos
Esta lista inclui os
mistérios não resolvidos mais famoso conhecido ao homem que realmente
desafiam uma explicação racional ou definitivas, porém não são apenas
estranhos.
Afinal quem não gosta de mistérios ? ainda mais quando estes mesmo intrigam nosso imaginário nos trazendo dúvida.
Não deixe de conferir os itens anteriores desta surpreendente lista, e tenha uma boa leitura.
O mistério em torno do numero 23
Muitas pessoas já devem
ter ouvido que o número 23 é misterioso e que ele traz mal agouro, ou
sempre acompanha acontecimento ruins. Porém nem todo mundo sabe por que
ele ganhou essa fama. Então conheça um pouco mais dos mistérios que
envolvem o 23:
Estranho não, ele estar
sempre ligado aos coisas ruins? Será que seu nascimento possui de alguma
forma o número 23 embutido, ou já teve sérios problemas em uma data com
ele? Cuidado talvez a maldição desse número possa cair sobre você
também…
OSNI’s – Eles estão embaixo de nós
Todo mundo já ouviu
falar dos OVNI’s (objetos voadores não identificados), mas hoje iremos
contar a história dos OSNI’s (objetos submarinos não identificados).
Eles são conhecidos no mundo desde
os tempos de Colombo, que relatou o avistamento de luzes misteriosas no fundo do mar enquanto navegava no Triângulo das Bermudas, no ano de 1492.
os tempos de Colombo, que relatou o avistamento de luzes misteriosas no fundo do mar enquanto navegava no Triângulo das Bermudas, no ano de 1492.
Depois disso, várias
pessoas relataram o aparecimento de luzes estranhas no fundo do mar,
porém o que realmente intriga a todos são alguns relatos feitos pela
marinha americana. Em 1963, um navio americano fazia um teste no
oceano , quando viu em seu radar um objeto submerso se movendo a
incríveis 280 Km/h (os melhores submarinos do mundo, mal navegam a 80
Km/h). Além disso, esse objeto desconhecido algumas vezes chegava à
profundidade de 8200 metros, algo muito superior as capacidades de
submarinos feitos pelo homem.
Até os hieróglifos
egípcios relatam o avistamento de objetos estranho no ar e no mar.
Contudo um dos casos mais famosos que podem envolver esses objetos
subaquáticos é a descoberta da máquina Anticítera, um objeto feito 100
anos antes de Cristo, que foi encontrado no fundo do mar. Esse objeto é
considerado uma anomalia, pois ele não podia ter sido construído na data
real de
sua construção, pois não
existia tecnologia para tal, ou seja, algo desconhecido criou essa
máquina, mas quem (ou o que) poderia ser? Muitos acreditam que como ela
foi encontrada no mar, possam ter sidos os mesmo seres que andam nos
OSNI’s.
Existem muitos outros
relatos do aparecimento desse tipo de objeto não identificado. Tanto que
algumas pessoas acreditam existir uma civilização subaquática superior a
nossa. Pensando bem pode até fazer algum sentido, pois a maior parte do
nosso planeta é água e boa parte desses oceanos enormes são totalmente
desconhecidos por humanos…
Será que não estamos sozinhos em nosso próprio planeta?
Os mistérios em torno do jogo “INWO”
O inventor do RPG “INWO – Illuminati: A Nova Ordem Mundial”, lançado em
1995, conhecia de antemão os acontecimentos que envolveriam os ataques
de 11/9/2001 e os efeitos resultantes. Nove cartas do jogo apresentam
detalhes de uma forma precisa demais para ser apenas uma coincidência.
O jogo também revela os eventos planejados envolvendo o bioterrorismo,
desastres combinados e a anarquia provocada nas grandes cidades, como
forma de derrubar a velha ordem estabelecida. Se você alguma vez duvidou
da existência de uma conspiração global, não pode duvidar mais.
Porém o mais intrigante nesse jogo são os misteriosos acontecimento
descritos nas cartas e acorridos anos mais tarde já que o jogo foi
lançado em 1995, que mistério estaria por trás deste jogo?
Vejamos alguns acontecimentos previstos nas cartas, os quais já ocorreram:
Os Óvnis e a Casa Branca
Os Óvnis e a Casa Branca
Fogo antiaéreo riscou os céus do sul da California, nenhuma aeronave foi abatida naquela noite. Declarações oficiais não confirmam um ataque, porém, confirmam a presença de aeronaves desconhecidas que atingiam repentinamente 300 km/h.
Foto do Jornal - [Clique aqui]
Não houve nenhuma declação oficial por parte do presidente Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos na época, mas ele tratou do assunto pessoalmente.
Em 1947, o presidente norte-americano Harry S. Truman também tratou do fenômeno Ovni, fazendo declaraões públicas sobre a queda de um Ovni em Roswell. Em julho de 1952 Ovnis também foram observados por militares e civis na capital dos Estados Unidos, o Governo parecia não conseguir controlar as aparições.
No início de novembro, em resposta à 17 mil petições que pediam a liberação de documentos do governo dos Estados Unidos sobre extraterrestres, a Casa Branca se pronunciou oficialmente.
Abaixo, um documentário do History que lista todos os presidentes dos Estados Unidos que lidaram com Ovnis em seus mandatos, e as medidas tomadas.
Abaixo, um documentário do History que lista todos os presidentes dos Estados Unidos que lidaram com Ovnis em seus mandatos, e as medidas tomadas
Misteriosos monólito de Ingá
O estranho monólito que
compõe a Pedra do Ingá é conhecido praticamente desde a descoberta do
Brasil, pois sabe-se que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1.618,
no livro Diálogos da Grandeza do Brasil, atribuído ao português
Ambrósio Fernandes Brandão que, segundo os historiadores, se trata de
uma obra excepcionalmente carregada de sentido doutrinário e ufanista. É
provável que este monumento tenha seu lugar reservado entre os mais
intrigantes enigmas arqueológicos já descobertos em nosso planeta. É
sabido que se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto
rupestre que reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma
grande quantidade de caracteres e signos ainda por serem decifrados.
Esta colossal pedra cifrada está localizada no Estado da Paraíba, na
Serra da Borborema, município de Ingá, às margens do rio de mesmo nome,
antigo Bacamarte, a 85 km de João Pessoa e a 35 km de Campina Grande. Na
época das chuvas este grande monólito fica parcialmente encoberto pela
água e no tempo seco pode ser visto em sua totalidade, além de que o
leito do rio fica completamente seco, com apenas algumas poças d’água
espalhadas em quase toda a sua extensão.
Como o acesso deste
importante monumento arqueológico paraibano é relativamente fácil,
afirmamos com tristeza que o mesmo vem sendo destruído através dos
tempos por vândalos e exploradores de relíquias arqueológicas, correndo o
risco de ser irreversivelmente inutilizado para futuras pesquisas e
análises mais acuradas de seu conteúdo lítico. Mesmo assim, a Pedra do
Ingá continua sendo um magnífico mistério, constituído de um grande
monólito de granito assentado sobre o leito do Rio Ingá, com cerca de 23
m de comprimento e altura aproximada de 3,50 m na sua parte mais alta.
As inscrições da Pedra
do Ingá se estendem por todo o seu dorso vertical, numa extensão de
aproximadamente 16 metros. São, de fato, de uma estranheza indescritível
e somente vendo-as de perto é que podemos perceber a complexidade de
seus talhes bem elaborados e deduzir que, quanto mais tentamos retroagir
no tempo para atribuir aos caracteres deste acervo arqueológico uma
explicação simplista, de que teriam sido produzidos por povos primitivos
ou indígenas, por exemplo, mais estes se distanciam de uma realidade
palpável e mais seu mistério se densifica.
Pensa-se que suas
insculturas foram executadas por meio de algum tipo de instrumento
pontiagudo, que teria sido manipulado por homens daquela época,
semi-bárbaros, até produzir os baixos relevos que ali se acham
incrustados. O que não se pode explicar, entretanto, é que estes signos
possuem um acabamento primoroso, como se tivessem sido elaborados por
métodos muito avançados e não, simplesmente, por intermédio de pancadas
ou ranhuras na pedra com ferramentas comuns. Definitivamente, este
magnífico trabalho não poderia ter uma explicação tão destituída de
imaginação como a que lhe é dada por alguns pesquisadores e não pode,
simplesmente, estar ligado a tradições corriqueiras de povos que,
sequer, possuíam alguma forma de escrita.
Por outro lado, não se
tem notícia de que haja em outro lugar, no Brasil ou fora dele, um
conjunto de inscrições rupestres que possam assemelhar-se ao deste
monumento arqueológico da Paraíba, tal é a sua excepcionalidade e sua
condição desafiadora, tanto em relação à sua forma e métodos utilizados,
quanto à sua complexidade e execução de sua vasta petrografia. Além
disto, suas insculturas parecem ter sido rigorosamente planejadas,
traçadas e executadas, criando assim uma certa dificuldade junto aos
estudiosos que pretendem transformá-las simplesmente em arte primitiva
ou atribuir a sua feitura aos antigos trogloditas que teriam vivido
naquela região. Pode-se dizer que este formidável mistério paraibano
distancia-se, inequivocamente, de tudo aquilo que tem sido regularmente
encontrado e pesquisado em outros locais do mundo no âmbito da
arqueologia, constituindo-se de algo verdadeiramente ímpar no estudo
arqueológico, e, até mesmo, podendo se dizer que de trata de uma
incômoda “pedra no sapato dos pesquisadores”.
Desde a chegada dos conquistadores europeus ao Brasil que as itacoatiaras (pedras pintadas em
tupi) têm sido encontradas e o questionamento sobre a sua origem teve
início. Os antigos indígenas que habitavam estas terras (e mesmo os dos
dias de hoje) sempre foram unânimes em afirmar que seus autores não
foram os seus antepassados e que aqueles que as “escreveram” pertenceram
a um passado bem longínquo, quando ainda havia livre convivência entre
os homens e os deuses. Houve ainda quem veiculasse uma lenda a dizer que
no interior da pedra se encontrava encerrado um grande tesouro, levando
muitos vândalos e gananciosos em busca de riqueza fácil a tentarem
quebrá-la, sem êxito, tirando-lhe apenas algumas lascas e danificando-a,
irreversivelmente.
Detalhes dos enigmáticos caracteres da Pedra do Ingá.
À sua volta podem ser
encontrados signos variados e outros enigmas a serem solucionados. Os
estranhos e incompreensíveis caracteres semelhantes a ideogramas que ali
podem ser vistos, espalhados por diversos lugares, possuem
características, aparentemente, muito diferentes entre si. Alguns destes
já se encontram bem desgastados pelo tempo, enquanto que outros podem
ainda serem vistos com grande nitidez, como se tivessem sido fundidos na
pedra. O leito seco do rio mostra inúmeros orifícios escavados na rocha
em todo o seu percurso e se tratam de marcas deixadas pelo movimento da
água em redemoinhos. Assemelham-se a bacias médias e pequenas e muito
lisas, devido ao movimento contínuo da água. Porém, existem alguns
poucos destes orifícios, com um diâmetro de, aproximadamente, 20
centímetros e uma profundidade de uns 40 centímetros, que parecem ter
sido feitos com uma grande broca metálica, tal a precisão com que foram
escavados. Suas paredes são lisas, com ranhuras, semelhantes aos dos
furos que são feitos por equipamento metálico cortante e se diferem
muito dos outros que se encontram por ali, mais rasos e deformados.
Enquanto que os demais permitem que se possa ver a atuação da água
corrente, estes outros não guardam as mesmas características e, a nosso
ver, não podem ser assim considerados, como resultado de simples erosões
da água sobre a rocha.
Do lado oposto à
itacoatiara do Ingá, vamos encontrar um outro mistério. Existe ali uma
pedra deformada de cor acinzentada, como se tivesse sido amassada, da
mesma forma como o fazemos com o barro, contendo diversos caracteres
gravados em seu dorso. Na sua parte superior esquerda, há uma depressão
semelhante a um pé, como se alguém tivesse pisado ali, enquanto ela
ainda estava mole, deixando uma marca bem profunda. Além disso, ela
emite um sonido semelhante ao do sino quando é tocada com uma pedra e
este som pode ser ouvido, até mesmo, se batermos nela com o nó dos
dedos. Parece oca e emite um som metálico.
Toda esta região está
coberta de enigmas desta natureza, além do maior deles que é a própria
Pedra do Ingá e sabe-se que nas redondezas e em outros lugares mais
distantes existem diversas outras inscrições de caráter estranho,
monumentos megalíticos e histórias variadas sobre cada um deles.
Como já dissemos, em
todo o leito do rio podem ser encontrados muitos caracteres de cunho
desconhecido, que fazem com que o espectador se pergunte qual teria sido
a importância de tudo aquilo para seus idealizadores e artífices ou
qual teria sido seu significado. Considerar, simplesmente, que os
agrupamentos humanos na antiguidade não tinham nada com que se
preocupar, senão ficar “desenhando” em pedras e esculpindo em rochedos, é
por demais destituído de criatividade e bom senso, considerando-se que,
em determinados lugares, como na região do Ingá, por exemplo, tais
demonstrações de “vagabundagem” são por demais complexas, carregadas de
simbolismos expressivos, chegando, até mesmo, a alcançar uma certa
exuberância inexplicável. Assim como pode ser observado nas culturas
Marajó e Tapajós, em sua complexa simbologia e arte, um esmerado cuidado
artístico e lógico, também aqui no monólito do Ingá vamos constatar o
cuidado de seus construtores, que se reflete perante os pesquisadores
como um sério problema a ser resolvido. É inegável que o tipo de cultura
que teria sido responsável por este enigmático trabalho rupestre se
coloca num grau muito superior ao de outros “trabalhos” líticos,
regularmente encontrados em outras regiões e para alguns estudiosos
seria mais cômodo se registros como estes jamais tivessem existido.
Seria lícito afirmar que
tais caracteres tivessem sido produzidos por vias naturais, como
erosão, segundo alguns ou através de aranhões na pedra com ferramentas
rudimentares?
Sabe-se que os índios
cariris que habitavam na Serra da Borborema, próximo do Ingá, não
possuíam um nível de cultura compatível com o grau de dificuldade que
estas insculturas apresentam e não conheciam esses qualquer rudimento de
escrita, apesar de terem uma vida bem mais longeva do que outros povos
que ali viviam. Os pajés de sua tribo eram exímios em trabalhos de magia
e ritos desconhecidos. Diziam que seu povo se originou de uma tribo de
homens sábios que teria vindo de um lago encantado (seriam atlantes?).
Quanto à Pedra do Ingá, diziam apenas que seus escritos estavam
relacionados ao deus Tupã.
Já foram levantadas
várias teorias sobre as enigmáticas inscrições da Pedra do Ingá, como
por exemplo, o caso de Léon Clérot, que sugeriu que se tratassem de
representações de plantas estilizadas, de figuras humanas, de animais e
outros sinais desconhecidos. O arqueólogo Alfredo Coutinho Menezes disse
tratar-se de figuras zoomorfas, dentre as quais se destacam pássaros e
répteis, figuras fitomorfas como o abacaxi e espigas de milho. Mais
recentemente, a itacoatiara do Ingá, foi estudada por Jacques Ramondot,
que descobriu numa rocha no leito do rio, um conjunto de inscrições, bem
desgastadas pelo tempo e pela água corrente, que entendeu ser o esboço
de uma constelação. Esta representação assemelha-se a estrelas e mostra
pontos interligados entre si, como num mapa, além de incluir outros
signos, como uma espécie de serpentina e um disco, tipo solar, que
parecem fazer parte do esquema astronômico.
Existem também algumas
teorias estranhas a respeito das insculturas da Pedra do Ingá. Uma
primeira afirma que aqueles sinais não passam de sulcos naturais na
rocha, produzidos pelo tempo e suas variantes (chuva, vento, calor
etc.). Para quem conhece este monumento lítico esta teoria seria
classificada de, no mínimo, inapropriada, pois qualquer pessoa (mesmo um
visitante comum) pode notar que se trata de um trabalho executado por
mãos humanas ou um tipo de tecnologia que desconhecemos.
Uma segunda teoria
afirma tratar-se de obras produzidas por indígenas ociosos que habitavam
a região, que traçavam aleatoriamente riscos para indicar caminhos e
outros sinais sem grandes preocupações de manterem coerência nas suas
reproduções. Diante da complexidade das insculturas não podemos também
concordar com esta teoria, que se apresenta pouco realista e
radicalmente simplista para explicar algo de tamanha notoriedade.
Uma terceira teoria,
ainda mais absurda, afirma que os signos da pedra lavrada do Ingá não
passam de sulcos produzidos por amolação de facas e ferramentas
indígenas, esquecendo-se seu formulador de verificar que certos
caracteres se encontram a uma altura superior à de um homem comum. Esta
condição obriga-nos a justificar que a precisão das formas insculpidas e
a integridade de seus contornos, por si só, já desmoralizam esta tese,
ainda que sejam observadas por um leigo em arqueologia.
Uma quarta teoria
considera que aqueles signos tenham sido produzidos por visitantes
europeus e asiáticos que teriam chegado até as Américas e se
incursionado pelo seu interior, antes de Colombo e Cabral.
Há ainda uma quinta
teoria, bem mais moderada, que relaciona estes signos a uma civilização
bem mais remota e muito mais avançada, que teria vivido em terras
brasileiras e se preocupado em deixar gravado em pedra uma mensagem para
as futuras gerações.
Paralelamente, também
existe aquela teoria de que tais caracteres sejam de origem alienígena,
registros pétreos de uma raça extraplanetária que aqui esteve em um
passado distante e que teria feito estas gravações em seu dorso,
apresentando certos aspectos de seus conhecimentos intergaláticos.
Como referência de uma
avaliação séria a respeito deste monumento, podemos citar o pesquisador
Luiz Galdino, que preferiu tratá-lo com a reverência que ele merece no
cenário arqueológico, assim como aos seus caracteres desconhecidos.
Destacamos o seguinte em sua obra Itacoatiaras – uma pré-história da arte no Brasil: “A
pedra do Ingá, com seus relevos de acabamento esmerado destaca-se,
imediatamente, como um exemplo ímpar, diante do vasto acervo de
itacoatiaras espalhado por todo o país. As inscrições são gravadas em
baixo-relevo, mediante sulcos largos e profundos. Nos pontos melhor
conservados, percebe-se, ainda, vestígios de uma antiga pintura que
recobria o fundo dos sulcos”.
E ainda: “Os signos
estilizados ao extremo supõem um prolongado período de evolução e
aprimoramento. Estranhamente, esse signário mostra-se único. Mais fácil
imaginá-lo como a obra de um povo estranho que atravessou a região, não
deixando outros testemunhos, do que pensá-lo como a evolução natural a
partir dos exemplares mais primitivos existentes no resto do país”.
Conjunto de insculturas modeladas da Pedra do Ingá.
O certo em tudo isto é
que a Pedra do Ingá tornou-se presença viva e surpreendente no cenário
arqueológico do nordeste brasileiro, como se se tratasse de algo que não
pudesse estar ali onde se encontra, com seus caracteres
incompreensíveis e desafiadores. Se os compararmos com outros da própria
região, estes se fazem tão irreais e absurdos, que não deixam de causar
grande incômodo no meio acadêmico, diante da cultura vigente e dos
rígidos conceitos de análise, que não podem permitir que nenhum
acontecimento no passado da Terra possa se colocar fora dos padrões
pré-definidos de verificação e classificação científica.
Acreditamos, seja esta,
talvez a causa de nosso estarrecimento diante de “realidades” que, como
estas, se apresentam muito mais como ficção do que como possibilidade e
muito mais como um desafio inadmissível com a chancela de inexplicável,
do que como algo que precisa ser encarado sob uma nova perspectiva de
pesquisa e análise, e de uma percepção mais acurada desta realidade.
A Pedra do Ingá é, sem
dúvida, um dos mais expressivos registros rupestres do Brasil perdido
nas caatingas paraibanas e o maior testemunho silencioso de que em
passado longínquo o solo brasileiro teria sido palco de uma cultura
avançada que registrou ali parte de seu conhecimento perdido. Desta
forma, podemos tomá-la como prova de que já tivemos uma escrita
pré-histórica no Brasil, face à expressividade e à coerência de seus
signos, aplicados magistralmente lado a lado, apesar de aparentarem, em
princípio, uma certa descontinuidade e desordem.
Temos convicção de que
ela esconde uma chave para sua compreensão e que a mesma se encontra
ali, interagindo com seus demais caracteres. Resta-nos descobri-la.
Outro fator que teríamos de acalentar é que sua análise terá de
considerar as condições que estabeleceram a lógica de sua feitura, na
época em que foi lavrada e artisticamente insculpida, pois estas
deveriam ter sido muito diferentes das que temos hoje para estudá-la e
compreendê-la, o que expõe um novo empecilho para identificação de sua
chave e sua decifração.
Acreditamos que tal
condição e grau de dificuldade se devem muito mais ao fato de querermos
compreendê-la com o raciocínio atual e o conhecimento que possuímos
hoje, sem nos atinarmos em procurar aprofundar no tempo (como no caso
das interpretações dos códigos maias e egípcios) para buscar a forma
como aqueles povos entendiam a vida na Terra e observavam o céu, os
astros, os planetas, as estrelas, as estações do ano, as variações do
tempo e as mudanças provocadas por estas variações. Um mesmo signo ou
ícone que usamos regularmente hoje, aceito e compreendido por quase toda
a população da Terra poderia, em futuro distante, significar um grande
enigma para os estudiosos, por estar o mesmo muito distante de seu tempo
e por tentarem aqueles analisá-lo sob sua ótica, seus conhecimentos e
suas perspectivas.
Estas magníficas
insculturas ou moldes na pedra foram feitas em baixo relevo, em sulcos
largos e profundos, tipo meia-cana, com o objetivo, talvez, de fazê-los
perenizar no tempo, o mais longe possível. Seriam ícones de um tempo
perdido no passado da Terra? Ou seriam apenas parte de um conhecimento
milenar esquecido pela memória dos povos?
Segundo os pesquisadores
podem ainda ser encontrados vestígios de que estes signos estiveram
cobertos por tinta para, certamente, fazê-los destacarem-se a grande
distância. As formas gravadas na pedra são variadas e algumas de grandes
proporções, assemelhando-se muitas delas a figuras zoomorfas e
antropomorfas, como já foi dito, algumas geométricas, apresentando,
porém, na sua maioria, estruturas de cunho desconhecido. No entanto,
todas elas foram elaboradas com alto grau de complexidade e cuidado.
Diante da excentricidade
deste painel lítico torna-se difícil não considerarmos que possam vir
tratar-se de uma espécie de escrita, pictográfica ou ideográfica, uma
vez que seus signos são estranhamente estilizados, o que exigiria um
longo estágio de evolução e aprimoramento, além de conhecimentos
específicos para serem reproduzidos. Sabe-se que a pictografia
representa o estágio mais primitivo da escrita, de forma que cada
elemento deste sistema constitui-se no próprio pictograma. Este, por sua
vez, não é outra coisa que senão a reprodução de um desenho
auto-explicativo e de significado próprio, que está ligado à sua própria
forma. Por outro lado, o ideograma amplia este contexto na
representação de sua simbologia, de forma que, enquanto na pictografia
um círculo significa somente o Sol (por exemplo), no ideograma este
poderia simbolizar um atributo do Sol, como a luz e o calor, ampliando o
grau de percepção de um signo.
Diante do elevado grau
de dificuldade para compreensão dos signos milenares do Ingá, faremos a
seguir uma breve exposição de algumas teorias de pesquisadores
brasileiros, que se preocuparam em debruçarem-se sobre sua vasta
simbologia, numa tentativa de compreendê-la integralmente. Ao final, na
3ª parte, destacaremos o trabalho do grande pesquisador Gabrielli
Baraldi e incluiremos a opinião do autor deste estudo e suas
observações, após sua visita a este esplêndido monumento arqueológico
brasileiro.
AS PESQUISAS DE GILVAN DE BRITO
Em primeiro lugar
queremos citar o pesquisador Gilvan de Brito e seu livro “Viagem ao
Desconhecido – Os Segredos da Pedra do Ingá”, que tendo o cuidado de
incluir em seus estudos outros registros rupestres de relevante
importância no estado da Paraíba. Neste seu magnífico trabalho emite a
idéia de que no espaço compreendido entre o mar e o Planalto de
Borborema, pode ser encontrada uma grande profusão de material lítico,
pictográfico, ideográfico, dolmens, muralhas de pedra e outras
evidências que indicam a passagem de grupos humanos pela região, povos
que tiveram um certo grau cultural que os permitisse gravar em pedra
bruta caracteres sofisticados e erigir “construções” com características
notadamente megalíticas.
Quando Gilvan diz que “o
maior e mais importante sítio arqueológico do Brasil localiza-se,
provavelmente, na Paraíba,” haveremos de concordar com ele, pois quando
ali estivemos pudemos ter esta mesma impressão e depois de compará-la a
muitos outros, reforça-mos ainda mais esta convicção. Assim como outros,
também este autor sugere que as inscrições do piso, ao lado do painel
vertical do Ingá, possa fazer referência a conjuntos constelatórios,
apresentando objetivamente seu pensamento em relação àqueles traçados
geométricos com a Constelação de Orion, Peixe Austral e Grus.
Seu estudo, entretanto,
se detém mais demoradamente no grande painel vertical, devido à sua
profusão de símbolos, pontos capsulares e ideogramas, além da sua
notável expressividade, delicadeza dos traçados e dos cortes das
insculturas, e sua estranheza. Apesar de os arqueólogos atribuírem a
estes signos, quase sempre, classificações mais comuns, como zoomorfas,
fitomorfas, cosmogônicas, fálicas e antropomorfas, Gilvan acredita que
os mesmos possam ter um significado bem mais contundente. Acena que a
Pedra do Ingá poderia ter sido insculpida com apurada técnica e um
conhecimento específico de seus autores, pois a linhas inicialmente
traçadas foram, posteriormente, gravadas na rocha com fino acabamento e
polimento “lembrando perfurações realizadas através de modernos
equipa-mentos de raio laser”, conforme comenta.
Há uma variedade de
formas gravadas neste painel principal como linhas retas, pontilhadas,
espirais, canais paralelos, curvos, circulares e lineares, mas não se
podem ver, conforme observa, figuras triangulares nem ornamentais.
Segundo pensa, tratam-se de símbolos que tentam materializar uma idéia
específica, pois encontrou traços significativos que fundamentam tal
pensamento, formas silábicas e ideográficas que procuram “uma função
determinada na comunicação escrita”. Neste sentido destacou alguns
caracteres (exemplificados no quadro abaixo), para aventar a hipótese de
que somente uma forma de inteligência, é que poderia ter criado aquele
painel ordenado de mensagens cifradas, certamente, com a finalidade de
levar até o futuro as impressões culturais de seu povo. Abaixo
apresentamos quadro com exemplos da classificação tipológica comentada
por Gilvan de Brito.
Para Gilvan de Brito as
insculturas gravadas em Ingá devem ter sido obra de um povo que aqui
teria vivido em passado longínquo, onde cada componente desta raça teria
oferecido sua contribuição para a feitura deste magnífico conjunto
lítico. Para ele, a comunidade impulsionada pela visão do artista que
havia idealizado o painel incumbiu-se de rasgar a pedra já marcada pelos
contornos riscados por sua mão hábil e deixar para posteridade o
primoroso resultado de seu trabalho. Com cuidado analisa os signos em
separado, comparando a figura esguia do início do painel (em sua parte
mais alta) à uma balança rústica, sugerindo, até mesmo, que a Pedra do
Ingá venha a ser um túmulo de um ilustre visitante que teria ensinado
aos moradores da região novos conhecimentos.
Gilvan faz uma
interessante ligação entre a Pedra do Ingá, as pirâmides de Queops, no
Egito, e Theotihuacan, no México, com a possível localização da
Atlântida. Traçando uma linha reta entre as duas grandes pirâmides, do
Egito e do México, e dividindo o Trópico de Câncer exatamente no meio,
entre as duas pirâmides citadas, traça uma linha vertical, tendo abaixo a
localização da Pedra do Ingá e acima, próximo à Groelândia, a
localização da desaparecida Atlântida (ver ilustração abaixo). Tal
interpretação não nos parece inconcebível, porque também acreditamos que
existe uma estreita relação entre este lendário continente
desaparecido, o antigo Egito e os povos Maias. Por que não incluir a
Pedra do Ingá e sua complexa simbologia neste contexto histórico ainda
por decifrar, principalmente, se podemos observar esta situação
emblemática entre os mesmos?
Gilvan cita outros
pesquisadores que alegam que tais inscrições teriam sido feitas por
habitantes indígenas da região. Entretanto, discorda dos mesmos, não
reconhecendo que as gravações do Ingá tenham, sido produzidas pela
ociosidade e o espírito brincalhão e esportivo dos índios brasileiros.
Avançando em suas pesquisas e utilizando-se de observações feitas na
seqüência de pontos capsulares no alto dos signos insculpidos e nas
representações que lembram a lua, elaborou estudos numéricos e
analíticos, chegando a conclusões muito interessantes que gostaríamos de
destacar.
ITENS ANALISADOS | POSIÇÃO OFICIAL | POSIÇÃO LEVANTADA |
Ano Solar | 366 dias (ano bissexto) | 366 |
Ano Lunar | 354 dias | 342 |
Velocidade Orbital | 3.700 km/h | 3.660 |
Perigeu (menor distância entre a Terra e a Lua) | 356.375 km. | 366.000 |
Apogeu (maior distância entre a Terra e a Lua) | 406.720 km. | 408.000 |
Raio da Lua | 1.700 km. | 1.710 |
Inclinação da Órbita | 5,1454º | 5,9 |
Inclinação em relação ao equador terrestre | 23,5º | 24 |
Distância Terra-Lua (eixo a eixo) | 384.500 km. | 380 |
Medida do PI | 3,14 | 3,18 |
Diâmetro do equatorial da Lua | 3.476 km. | 3.473 |
Área da Lua | 38 milhões km2 | 38 |
Densidade da Lua | 3,34 | 3,36 |
Distância média Lua-Sol | 149.000.000 km. | 148.200 |
Ciclo de Saros (repetição dos eclipses) | 18 anos, 11 dias, 8 horas | 18 |
Gilvan levanta a
hipótese de que há vestígios ideográficos nas insculturas do Ingá,
considerando-se que a escrita ideográfica é caracterizada pela síntese, o
que pode ser notado na emblemática conformação das figuras deste painel
milenar e no mistério da técnica utilizada em sua feitura. Para o
mesmo, os caracteres deste monumento paraibano não se assemelham
totalmente aos hieróglifos e alfabetos de outros povos, porém, argumenta
que “os primeiros vestígios identificam-se com as línguas que se
constituíram posteriormente na principal fonte de todos os dialetos
existentes, o que nos levaria a supor na organização daqueles sinais
como a raiz das línguas do passado que deram lugar aos alfabetos hoje
conhecidos.” Daí, faz relações com os signos encontrados em Glozel
(França), com os hieróglifos hititas, a escrita etíope e muitos outros
alfabetos, não deixando de mencionar a estranha simbologia hieroglífica
encontrada na Ilha de Páscoa.
As conclusões deste
autor, que o mesmo prefere converter em sugestões, são essencialmente
coerentes, considerando-se a estranheza sofisticada dos caracteres do
Ingá e a dificuldade de identificação destes com outras culturas.
Segundo Gilvan “ninguém pode dizer que conhece a solução de um enigma
apenas porque tem idéia a respeito do que possa ser o objetivo incomum.”
E ainda, “que as explicações perdem força quando se observa que a
verdade definitiva não foi atingida e que as teorias apenas procuram
confundir os céticos”.
Sugere então, diante das
evidências, que o painel da Pedra do Ingá teria sido utilizado pelos
antigos povos da região como meio de expressão, objetivando deixar para a
posteridade uma mensagem relacionada aos hábitos de seu povo. Alerta,
entretanto, que seus autores insculpiram seus elementos como um
quebra-cabeças, exigindo inteligência, precisão e disposição no trabalho
empreendido para sua decifração. Não poderia ser por isto, obra dos
indígenas que habitaram a região, pois sabe-se que tais atributos não
faziam parte (e nem o fazem hoje) da cultura desses grupos que eram
naturalmente indolentes e avessos a trabalhos desta natureza.
Sugere ainda que o
sistema simbólico utilizado poderia estar relacionado a algum ramo da
língua indo-européia, por causa da utilização de pictogramas semelhantes
aos da Ilha de Páscoa e sua relação com o signos não decifrados do Vale
do Indo. Finalmente, sugere que sejam efetuados levantamentos
antropológicos mais aprofundados e pesquisas arqueológicas para auxiliar
nos estudos de decifração deste enigmático monumento, que poderia
tratar-se de um verdadeiro repositório de informações sobre o passado de
nossa terra.
A TEORIA DE FRANCISCO C. PESSOA FARIA
Uma outra teoria foi
emitida pelo pesquisador Francisco C. Pessoa Faria, médico por
profissão, que por um período de trinta anos desenvolveu estudos na
Pedra do Ingá. Após análises aprofundadas nos signos insculpidos neste
monumento, concluiu que possuem conotação astronômica e que a intenção
de seus autores foi, objetivamente, deixar uma espécie de documento
perene sobre as observações que haviam feito no firmamento, no sol, na
lua, nas estrelas e nas constelações. Segundo o pesquisador esses
criteriosos observadores milenares decidiram fazer então o registro de
efemérides notáveis de seu tempo, deixando “anotado” em pedra bruta o
que conseguiram perceber sobre o movimento dos astros na abóbada
celeste.
Francisco Faria escreveu
um livro intitulado “Os Astrônomos Pré-históricos do Ingá”, onde
desenvolveu suas conclusões a respeito de sua tese astronômica,
procurando fazer relações entre as constelações atuais aos agrupamentos
de signos artisticamente “moldados” no monólito paraibano.
Segundo sua teoria
certas formas insculpidas tratam-se de desenhos estilizados das doze
constelações zodiacais, como também podem representar outras
constelações. Os pontos capsulares na parte superior da pedra seriam uma
representação da eclíptica (a órbita da Terra em torno do Sol),
representada pela circunferência imaginária que representa a trajetória
do sol na esfera celeste.
Alguns dos signos mais
complexos o autor os relaciona com as movimentações dos grupos estelares
durante as estações do ano. Assim, a pictografia que assemelha-se a um
cocar indígena superpondo vários pontos capsulares justapostos e um
signo abaixo destas representações, o autor relaciona a uma espécie de
assinalador do equinócio, podendo desta forma, significar a mudança de
posição do sol do hemisfério norte para o hemisfério sul. As figuras que
se acham abaixo deste conjunto, como a forma antropomorfa, o círculo
seccionado em duas partes e a dupla de pontos capsulares próximo destes
signos, representa-riam fenômenos espaciais e terrestres relacionados
com a efeméride equinocial.
Apesar de sua análise
criteriosa o autor afirma que não é possível estabelecer uma cor-relação
rigorosa entre as insculturas do Ingá e as constelações conhecidas, por
duas razões:
1. Não se pode
afirmar que os povos que “trabalharam” os signos destas itacoatiaras
possuíam os mesmos conhecimentos que temos hoje sobre as constelações e o
movimento do céu nas estações;
2. Não temos como
saber se as divisões constelatórias possuíam as mesmas configurações e
posições que possuem hoje no caminho do zodíaco.
Neste sentido, como não
se conhece a data correta em que estas insculturas poderiam ter sido
feitas, teríamos um problema adicional a resolver, pois quanto mais
retroagirmos no tempo, mais as probabilidades de termos uma percepção
diferente do céu em relação à sua condição atual se tornam mais
pronunciadas. É provável que há alguns milhares de anos no passado,
tivéssemos uma posição diferente das constelações e até mesmo a forma de
observa-las, traçá-las no céu e interpretá-las, poderiam ser muito
diferentes da forma como o fazemos hoje.
Francisco Faria atento a
estes fenômenos não desconhece as dificuldades de uma interpretação
como a que propõe, mas pensa que não poderia se furtar em apresentar
certas coincidências que teria observado em algumas constelações
conhecidas com certos registros nos petróglifos do Ingá. A nosso ver,
seus estudos e suas conclusões não deixam de ser muito relevantes, pois
ajudam a levantar discussões em torno deste enigmático monumento
arqueológico paraibano, estranho demais para as pretensões de certos
estudiosos que prefeririam ter algo mais simples para analisarem, mas
que ali permanece silencioso desafiando a argúcia do intelecto
contemporâneo.
ESTUDOS DE AURÉLIO M. G. DE ABREU
O insigne pesquisador
Aurélio M. G. de Abreu aventou a hipótese de que o monumento do Ingá
venha ser parte de “um contexto mais amplo, ligado diretamente a uma
cultura de grande envergadura que se teria desenvolvido no atual
Paraíba”. Complementa o pesquisador que “nesse estado sobrevivem lendas e
citações sobre fatos insólitos, todos ligados à existência de uma
civilização nativa que atingiu o estágio da escrita, gravando longos
textos não só em pedra como também em livros de casca de árvore,
localizados e destruídos pelos religiosos no período colonial”.
Aurélio de Abreu afirma
que fora da Paraíba não existem exemplos de inscrições parecidas com as
do Ingá que teriam sobrevivido ao tempo e à destruição deliberada. Em
suas avaliações sobre as mesmas, pergunta o professor se não teriam os
misteriosos habitantes da Ilha de Páscoa passado pelo Brasil, deixando
aqui a marca de sua linguagem, ou se teriam saído destas antigas terras
brasilis os portadores da cultura que se formaria naquela ilha do
pacífico?
OUTROS ESTUDOS
O pesquisador Fernando
Moretti afirma que existem 114 signos na Pedra do Ingá, variando desde
cerca de 50 cm. de altura por 3 cm. de profundidade, representado
frutas, répteis, pássaros e estrelas de tamanhos variados. Aventa a
hipótese de que estes sinais possuam semelhanças com os da cerâmica
Marajoara e Tapajônica, afirmando que seu estilo indica uma cultura
superior a dos índios da região ou uma influência muito diferente à
desenvolvida ali. Também Moretti acredita que os caracteres do Ingá
sejam muito parecidos com os da tábua Kohan Rongo – Rongo, da Ilha de
Pascia.
Também o prof. Alfredo
Coutinho de Medeiros Falcão encontrou nos diversos pontos justapostos
próximo ao painel principal da Pedra do Ingá uma grande identificação
astronômica, como se quisessem mostrar agrupamentos de estrelas. Emitiu a
hipótese de que este conjunto no piso horizontal se tratasse da própria
representação da constelação de Órion, devido a semelhança dos pontos
ali traçados e as estrelas que faz\em parte da mesma.
Muitos pesquisadores não
admitem que possa ter havido uma escrita fonética no Brasil
pré-histórico, mas certas inscrições rupestres encontradas de norte a
sul do país sugerem caracteres ligados a uma linguagem primitiva situada
em alguma parte do território brasileiro. Se analisarmos detidamente a
língua tupi-guarani vamos notar que ela é riquíssima em termos
linguísticos, mesmo que dela não conheçamos ainda a estrutura de um
alfabeto, claramente estabelecido, para sustentar seu linguajar nativo e
seus derivados.
A Pedra do Ingá levanta a
suspeita de que tenha havido uma língua primitiva no Brasil. Ao
estudarmos com critério seus caracteres milenares, alvo deste estudo,
não podemos deixar de nos surpreender com suas primorosas reproduções e
notável polimento, e não refletir sobre a existência de um linguajar
ideográfico, perdido nas cinzas de nosso passado. Suas diversas
representações estilizadas, algumas desconhecidas, outras se mostrando
como formas zoomorfas, antropomorfas, fitomorfas, cosmogônicas ou
caracteres com definições espaciais bem planejadas, conduzem-nos a
pensar que possam tratar-se, efetiva-mente, de uma espécie de escrita
racional, idealizada e produzida para transmitir conhecimento, apesar de
não compreendermos ainda o seu código secreto.
História de Zumbi à atualidade
História de Zumbi à atualidade
No século XVII, quando se verificaram as invasões holandesas, aproveitando-se da confusão que se
estabelecera, milhares de escravos começaram a fugir de seus senhores, agrupando-se nas faldas do Oiteiro do Barriga, no atual Estado de Alagoas. Em pouco tempo, o número de fugitivos (em sua maioria negros angolas), atingia 20.000. Construíram então, uma república conhecida pelo nome de Quilombo de Palmares (denominavam-se "quilombos" as barracas ou antros construídos às pressas, quase sempre com folhas de palmeiras, enquanto "palmares" eram regiões em que as palmeiras abundavam) e, por ser de todos o mais forte, valente, ágil, e com certa cultura, Zumbi foi escolhido como o chefe desta república. (A palavra Zumbi significa "Deus negro de alma branca")
A história daquele que seria o Zumbi começa quando Brás da Rocha ataca Palmares, no ano de 1655, levando um recém-nascido, entre os adultos capturados. A criança foi entregue ao chefe da coluna atacante, que por sua vez resolveu fazer um presente ao padre Melo, cura de Porto Calvo. O religioso decidiu chamá-lo Francisco.
A grande batalha do chefe guerreiro Zumbi, zelando dia e noite pela segurança do seu povo e lutando para que não fosse extinto o ideal de se formarem comunidades onde conviviam negros, índios e brancos, começou ao completar quinze anos, em 1670. Nesse ano Francisco fugiu do padre Melo, em busca da liberdade.
Ao retornar a Palmares, Francisco, com seus quinze anos, passou a ser Zumbi.
Os negros faziam incursões às fazendas e povoados próximos, onde cometiam depredações, vingando-se não raro das afrontas e maus tratos de seus antigos senhores. Defendendo-se com armas primitivas, empenhando-se em lutas corpo à corpo, os negros do Quilombo do Palmares derrotaram sucessivamente 24 expedições chefiadas pelos capitães-do-mato.
Esses capitães-do-mato recebiam ordens para capturar o maior número possível de escravos, vivos, sem inutiliza-los para o trabalho forçado, havendo portanto, o cuidado de não mutila-los ou não lhes produzir lesões graves. Nesta luta corpo à corpo, o escravo se mostrava superior, graças a sua extraordinária agilidade.
Para não se deixar apanhar vivo, segundo o testemunho dos componentes das escoltas, o negro, refugiando-se nas capoeiras, defendia-se com um estranho jogo de braços, pernas, tronco e cabeça. Não rara era a debandada dos soldados que pretendiam agarra-los.
Em 1687, sendo Souto Maior o governador de Pernambuco, designou o sertanejo paulista Domingos Jorge Velho (mestre de campo de um regimento estacionado no sertão do Piauí) para exterminar o Quilombo dos Palmares. O sertanejo exigiu como prêmio as terras conquistadas e os escravos que aprisionasse. O acordo com os paulistas foi ratificado em 3 de dezembro de 1691.
Domingo Jorge Velho, comandando cerca de 3.000 homens bem armados e equipados (inclusive com 2 canhões), dirigiu-se para o Oiteiro do Barriga, onde iniciou os primeiros combates com os negros escravos. Os soldados tinham recebido ordens de capturar os negros vivos, mas era quase impossível.
Os negros resistiram até 6 de fevereiro de 1694,quando Domingo Jorge Velho logrou êxito. Conseguiu conquistar terras, mas aprisionou um número muito reduzido de escravos. Segundo o historiador Fernandes Pinheiro, Zumbi se atirou do alto de um rochedo. Outros historiadores classificam essa versão como uma lenda, asseverando que o chefe dos Palmares foi atraiçoado, tendo sua cabeça exposta em praça pública, conforme comprova carta do governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro, dirigida ao Rei de Portugal em 1696. Mas a lenda foi mais forte, os negros nela acreditaram e o mito penetrou na história, contando que Zumbi morreu lutando e atirou-se de um penhasco para não ser capturado. Para os negros escravos da época, ele voltaria do fundo do penhasco para liberta-los.
Além disso, Palmares ficou como ponto de referência de uma gente espalhada por todas as partes deste país, simbolizando uma luta secular de libertação. Luta de um povo que se identifica não somente pela pigmentação da pele, mas pela mesma herança cultural. Palmares está viva como ponto de partida para chegarmos a uma sociedade livre.
Desde a época da campanha dos escravistas contra o quilombo de Palmares ficou o registro do termo capoeira, dos guerreiros das capoeiras e sua estranha forma de luta, que tornava homens desarmados capazes de enfrentar e vencer vários adversários.
A coluna que matou Zumbi era chefiada pelo capitão paulista André Furtado de Mendonça.
No Império Homens se celebrizaram, valendo-se de suas autoridades na perseguição à capoeira, como foi o caso de Miguel Nunes Vidigal, nomeado em 1821 para a Guarda Real de Polícia. Capoeira exímio que era tornou-se o terror de seus companheiros, aplicando-lhes uma série de torturas, que tinham por alcunha a ceia dos camarões.
Foi no Rio de Janeiro que o capoeira encontrou seu maior campo de ação entre os políticos que se formaram pró ou contra a proclamação da República. Os grupos de capoeiristas, eram contratados para atuarem em comícios, concentrações e passeatas, que terminavam sempre em pancadaria, com pedras de ambos os lados. Na República Foi sem dúvida o período áureo da capoeira, os dias que assinalaram o fim do Império e os primeiros dias da República.
Mais graves não poderiam ser os acontecimentos. No Recife, qualquer aparição pública de uma banda de música militar ou particular era pretexto para que se juntassem grandes grupos de capoeiristas, que as seguiam sempre procurando desordem e ameaças.
Na Bahia, reuniam-se eles, com ou sem motivos, nas festas religiosas ou públicas, em praças ou mercados, sem outro fim que o de perturbar o ambiente.
Vieram os primeiros dias da República e a repressão a este intolerável estado de coisas. Em 11 de outubro de 1890, o Decreto no.847 do Código Penal Brasileiro, tratou especificamente, de vadios e capoeiras, com rígidas medidas punitivas, sendo visados não só seus praticantes, mas, principalmente os cabeças de grupos ou maltas, cujas penas podiam ir de prisão celular de dois a seis meses ou, mesmo até, ao degredo para a distante ilha de Fernando de Noronha.
Criou-se uma colônia correcional - a Fazenda de Boa Vista, na Paraíba do Sul/RJ - que congregaria vadios, vagabundos e capoeiras.
Mas, como sempre, com as leis vieram também os abusos, incorretas aplicações delas, perseguições injustas e verdadeiros massacres, com ou sem causas devidas.
No tempo do Marechal Deodoro, o Conde de Matozinho tinha um filho chamado José Elísio Reis, capoeirista, emérito fechador de botequins, que foi preso por Sampaio Ferraz, então chefe da polícia.
Preso "Juca Reis", o Conde de Matozinho recorreu ao seu amigo, o Ministro Quintino Bocayuva, para que soltassem seu filho. Quintino foi a Deodoro e este, ao chefe da polícia, cuja reação foi imediata: "Não solto, porque se não fico desmoralizado." Sampaio manteve forte atitude. Diante do dilema, Quintino Bocayuva colocou a questão nos seguintes termos: Ou Juca Reis seria solto, o que implicava a exoneração do Chefe da Polícia, ou ele se retirava do governo.
Apesar disso, a decisão foi mantida e "Juca Reis", com todos seus títulos e prerrogativas, foi mandado para Fernando de Noronha e Quintino Bocayuva permaneceu no ministério.
Em 1907, foi publicado "O Guia da Capoeira ou Ginástica Brasileira", cujo autor colocou apenas O.D.C. à distinta mocidade (Ofereço, Dedico e Consagro). Segundo Agenor Corrêa (Mestre Sinhozinho), tratava-se de um oficial do exército, que julgou prudente não revelar o nome pelos preconceitos existentes contra a capoeiragem. O folheto era dividido em 5 partes, que tratam respectivamente dos seguintes assuntos:
Posições Negaças Pancadas Simples Defesas Relativas Pancadas Afiançadas
Em 1928, Annibal Burlamaqui publica a obra chamada Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada, que pode ser considerada o melhor trabalho no gênero. Nesta obra, Annibal Burlamaqui demonstra grande preocupação em fazer ressurgir a capoeiragem e se bate para que ela seja considerada um método nacional de ginástica; estabelece regras para o jogo desportivo de capoeiragem e apresenta, devidamente ilustrados, os principais golpes e contragolpes de que se valem esta luta.
No Rio de Janeiro é que a capoeira foi mais praticada do que em qualquer outra parte do território nacional. Capoeirista, foi desde a nobreza com o Barão do Rio Branco, dentre outros, até o negro escravo. Melo Morais, que viveu na época dos grandes capoeiras, se refere a Mamede, Chico Carne-Seca, Bentivi, entre outros, sendo Manduca da Praia o mais famoso.
Sobre esse capoeira, a quem conheceu pessoalmente, diz Melo Morais - "Conhecido por toda população fluminense, considerado como homem de negócio, temido como capoeira célebre, eleitor crônico da freguesia de São José, apenas respondeu a 27 processos por ferimentos leves e graves, saindo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e do seus amigos". Foi o negro capoeirista conhecido por Macaco Velho (Francisco da Silva "Cyríaco"), nascido em Campos/RJ e falecido no Rio de Janeiro a 19 de maio de 1912, que na primeira semana de 1909 no Concerto Avenida (Rio de Janeiro), batendo-se com o campeão japonês de jiu-jitsu, Sado Miako, venceu aplicando-lhe um único e fulminante "rabo de arraia".
Segundo a ata do combate, da Confederação Brasileira de Pugilismo, enquanto o japonês se dirigia aos quatro lados, fazendo a costumeira saudação oriental, Cyríaco foi mastigando a língua para melhor salivar e quando o juiz deu o sinal de combate, o capoeira soltou uma volumosa cusparada, que mais parecia um jato, no rosto do japonês, cegando-o momentaneamente e, de imediato, aplicou-lhe um violentíssimo "rabo de arraia", derrubando-o desacordado no solo. A luta durou pouquíssimos segundos, para o delírio da multidão.
"Cheguei em frente com ele, dei as minha continença e fiz a premera ginga, calculei a artura do negrinho, à meiada da perna, isquei com a mão p'rá espantá tico-tico, o camarada tremeu, eu disse: antão? Como é? Ou tu leva o 41 dobrado ou tu tá ruim comigo, pruque eu imbolá, eu não imbolo. O japonês tremeu, risquei com ele por baixo, dei o passo de limpeza gerá, o negrinho atuduou, mexeu, mas não caiu..."
"A rapaziada aí gritaro: Aí Cyríaco! Entra com o teu jogo intero!...Eu me queimei e já sabe! Tampei premero, distorci a esquerda, virei a pantana, óia o hôme p'rô relógio de repetição, mas o gringo se acomentou com a chamada e se deu por satisfeito." "Meus sinhô, isto que tá aqui é a vredade pura, pura... figi assim, tal e quá, Qui eu disse pro japonês! Entra bruto! Fui ansim, sem tirá, nem pô, qui eu li mandei-le o rabo de arraia no frontispício da philosostria!"
Na Bahia, na década de 1930, Manoel dos Reis Machado, conhecido por Mestre Bimba, famoso capoeirista de sua época, resolve metodizar e aperfeiçoar a capoeira d'angola, criando a "Luta Regional Baiana", que abrangia 52 golpes, dos quais 22 eram mortais. No Rio de Janeiro sinhozinho ensina capoeira sem a parte musical.
Em 1932 é fundado o Centro de Cultura Física e Capoeira Regional (de Mestre Bimba), a primeira academia de capoeira a obter registro oficial, através do certificado expedido pelo Secretário de Saúde e Assistência Pública, assinado a 9 de julho de 1937, pelo Inspetor Técnico Dr. Clemente Guimarães. Outros grupos seguiram o exemplo, como o de Gengibirra, sob a direção de Livino Diogo e Daniel Coutinho.
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